Os juros máximos dos empréstimos consignados para aposentados e pensionistas aumentaram.
A empregada doméstica Cleidemar de Oliveira já tinha feito vários empréstimos consignados para descontar na pensão por morte que recebe do marido. No ano passado, depois de um câncer, refinanciou as dívidas. Hoje, tem oito consignados que comprometem 40% da renda dela.
“Trabalho de diarista, trabalho bastante e tiveram muitas pessoas que também me ajudaram nesse período que fiquei parada, minha família me ajudou”, conta.
A partir de janeiro, aposentados e pensionistas vão poder comprometer no máximo 35% da renda dos benefícios com empréstimos consignados. Desde março do ano passado, a margem era de 40%. Outra mudança já está em vigor: o teto dos juros para esse empréstimo subiu.
Desde sexta-feira passada (10), os juros para os consignados para aposentados e pensionistas aumentaram de 1,8% para 2,14% ao mês. As taxas do cartão de crédito consignado foram de 2,7% para 3,06% ao mês.
Fábio Gallo, professor de finanças e economista da FGV, fez os cálculos: o novo teto significa uma cobrança de juros de quase 30% ao ano. E dá um exemplo: considerando um empréstimo de R$ 3 mil para pagar em 12 meses, na taxa de empréstimo antiga, o desconto por mês ficaria em R$ 280. Na taxa nova, pouco mais de R$ 286. No ano, uma diferença de R$ 71.